ADUERN celebra a luta das mulheres em dia de atividades coletivas

A ADUERN realizou um dia de ações coletivas para celebrar o Dia Internacional da Mulher, data que historicamente remonta e notabiliza a luta  e as vitórias femininas.

As atividades tiveram início às 9h com a mesa redonda “Quem cuida de quem cuida?”, que foi mediada pelas professoras da UERN Telma Gurgel e Ana Luiza Saraiva e pela vereadora e militante Plúvia Oliveira.

“As mulheres sempre são relegadas à condição de cuidadoras. Seja no trabalho doméstico, realizado cotidianamente sem remuneração, seja no cuidado dos filhos, dos pais, de parentes  e da família.  Foi o movimento feminista que colocou em foco a necessidade de discussão acerca desse trabalho não remunerado. Marx passava horas estudando e escrevendo em sua biblioteca pois havia uma mulher trabalhando em função dele e isso precisa ser urgentemente debatido”, afirmou Telma Gurgel, que também é coordenadora da Coletiva Motim Feminista.

Ana Luiza Saraiva, que é docente do curso de Geografia, apresentou um importante relato acerca de sua experiência enquanto mãe atípica cuidadora e os impactos que essa condição tem em sua profissão e carreira. Ela destacou que o Congresso do Andes, realizado em janeiro, foi um espaço em que essa temática foi debatida com ênfase e que essa discussão deve ser realizada na UERN com maior profundidade.

“O contexto de vida das famílias atípicas, de mães e pais solos, de cuidadores de familiares, é totalmente diferente de um trabalhador e trabalhadora que não convive com essas especificidades. Como a minha progressão de carreira pode ser igual a do meu colega que não convive com uma realidade minimamente semelhante? Como eu vou seguir à risca os mesmos critérios cobrados pela universidade se minha dinâmica de vida e carga-horária é diferente” narrou a docente.

A vereadora Plúvia Oliveira relembrou que ainda hoje as mulheres estão sobrecarregadas pelo trabalho doméstico e de cuidado, realizado de forma naturalizada e não remunerada. A parlamentar também destacou a importância de que o debate das mulheres seja sempre ampliado, incluindo também a realidade de mulheres negras, indígenas e rurais.

“Dados do IBGE de 2019 mostram que 85% do trabalho de cuidar é feito por mulheres. As mulheres realizam boa parte desse trabalho de forma não remunerada e quando os homens executam qualquer parte dessas tarefas, são tratados como ‘super-homens’, como se estivessem realizando algo extraordinário. Além disso, também há todo um debate racial. Onde ficam as mulheres negras nessa divisão social do trabalho?” questionou Plúvia.

Anatália de Melo Alves –  Após a mesa redonda inicial foi realizada a entrega da Comenda Anatália de Melo Alves, homenagem da ADUERN às mulheres que vem protagonizando a luta histórica no sindicato e na universidade.

Na edição de 2025 foram homenageadas as professoras Irene de Araújo Van Den Berg  Silva (Campus de Natal), que foi representada no evento pela professora Jéssica Neiva, Moemia Gomes de Oliveira Miranda (FAEN/Aposentada), Suamy Rafaely Soares (FASSO) e Roberta Cláudia Bezerra Soares (FASSO/in memorian)

 Manhã de cuidados – Após a entrega das comendas, foi iniciada uma manhã de cuidados no sindicato. Foi disponibilizados um espaço da beleza em parceria com O Boticário, uma da exames e avaliação de saúde, um ponto de vacinação e realização de exames, oficinas de mandalas e uma sala com ventosoterapia, auriculoterapia e massoterapia. Foram parceiros dessas ações O Núcleo de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (NUPICS) que é coordenado pela professora Isabel Amaral, o  Programa de Educação Tutorial em Enfermagem de Mossoró (PETEM), que é coordenado pelo professor Lucídio Oliveira,  a Drogasil, a II DROGASIL,  a II Unidade Regional de Saúde (Ursap) e  a Faculdade de Enfermagem da UERN  (FAEN). 

Cláudio Palheta, jornalista da ADUERN

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