Departamento de Geografia do Campus de Assu possui apenas um professor efetivo na área

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A contratação de professores substitutos não é nenhuma novidade no corpo docente da UERN. Praticamente todos os estudantes da universidade já foram alunos de algum professor ou professora temporários e tal realidade é impulsionada pela expansão da instituição sem a devida realização de concursos públicos que preencham as demandas dos departamentos e faculdades.

O curso de Geografia, no Campus Avançado Walter de Sá Leitão (CAWSL), em Assu, é um importante exemplo de como as contratações provisórias, que deveriam ser pontuais, se tornaram recorrente instrumento de precarização do trabalho docente.

O departamento possui hoje quatro professores, dos quais três são contratos provisórios. O único docente efetivo veio remanejado do curso de Economia e hoje possui carga horária de apenas 20 horas, já que encontra-se em processo de formação, através de um Doutorado Interinstitucional (DINTER). Naligia Bezerra, professora originalmente da Faculdade de Educação é quem chefia o Departamento de Geografia atualmente.

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Ela explica que a grande luta dos docentes é pela realização do concurso e algumas alternativas estão sendo implementadas para sanar a dificuldade. Naligia afirma que dois novos professores contratados devem chegar ao departamento e será solicitado que um professor efetivo do curso de Geografia, em Mossoró, cumpra carga horária em Assu.

 A professora Naligia Bezerra destaca o empenho dos professores substitutos, uma vez que os mesmos atuam com pesquisa e extensão sem nenhuma carga horária, realizam um trabalho exemplar e elogiado na comunidade local. “Há uma dedicação imensa, que não deixa a desejar em nada, apesar de não serem professores efetivos da universidade. O regimento da UERN não permite que eles realizem pesquisa e extensão, mas isso não quer dizer que eles deixem de realizar estas atividades com seus alunos”.

A Diretoria da ADUERN observa com preocupação as condições de trabalho oferecidas aos professores temporários, uma vez que eles têm de realizar ensino, pesquisa e extensão sem a devida carga horária e nem remuneração coerentes às suas responsabilidades. Outro ponto inquietante diz respeito à falta de estabilidade profissional destes docentes, que trabalham sem a mínima tranquilidade de que permanecerão na instituição pelos próximos períodos.

 A vice-diretora do CAWSL, Francileide Almeida, também enfatizou a preocupação da administração do campus com a situação do curso de Geografia e a urgente demanda por professores efetivos: “O departamento tem demandas que ainda não foram contempladas. A gente, como gestão, tem buscado formas para manter o curso, mas não depende somente de nós. Ficamos em uma preocupação muito grande de como será o futuro deste curso” – afirmou Francileide.

RETRANCA: Campus de Assu é elogiado por estrutura e qualidade de ensino.

Apesar das dificuldades relacionadas à falta de professores efetivos, o Campus de Assú consegue ser destaque pela estrutura confortável e moderna, tendo grande parte de suas salas climatizadas e um dos auditórios mais modernos em todos os campi da instituição. De acordo com docentes e estudantes a boa estrutura facilita o trabalho dos servidores da unidade.

Segundo a vice-diretora do Campus, Francileide Almeida, outra recente vitória da comunidade acadêmica local foi a aquisição das residências universitárias feminina e masculina. A professora também informou que as residências, alugadas após o movimento grevista na instituição, são produtos de um trabalho que reúne muitas forças, inclusive no que se refere ao mobiliário, conseguido junto à população da cidade, políticos, administração central, pró-reitores, docentes, funcionários e alunos da UERN.

De acordo com a representante da ADUERN no CAWSL, Luzinete Cabral, outro fator muito presente na dinâmica da unidade são as emendas parlamentares, que tem contribuído para a manutenção estrutural do Campus. “Climatizamos as salas graças a recursos advindos de uma emenda do Deputado George Soares, que viabilizou a ampliação da capacidade de energia do campus, e com recursos da própria universidade. Outra emenda, desta vez do deputado Fernando Mineiro, garantiu a compra de um micro-ônibus para a UERN de Assú.” – comentou Luzinete.

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