AUTONOMIA DIDÁTICO PEDAGÓGICA É DIREITO CONSTITUCIONAL
A prática pedagógica exige o exercício do diálogo e da pluralidade de ideias. Estamos vivenciando, nos últimos dias, diversos ataques a professores nas universidades acompanhados de ameaças à liberdade de cátedra. Esses ataques vão totalmente na contramão do que significa a universidade como espaço da diversidade e da construção do conhecimento. Os princípios da educação, firmados na Constituição Federal de 1988 em seu art. 206, estabelecem: a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas.
Esses princípios garantem, dentre outras questões, o respeito ao livre pensamento; o direito de autonomia didático pedagógica para que os professores e as professoras possam elaborar e ministrar suas aulas, bem como planejar o conteúdo das suas disciplinas; a possibilidade do debate em sala de aula com concepções diferentes entre estudantes e professores; o aprofundamento de temáticas imprescindíveis à formação profissional; o crescimento de todos que participam do processo educacional e acima de tudo o direito ao exercício da docência sem imposição do medo e da coação de quem não concorda com o posicionamento dos professores e com o conteúdo das disciplinas.
Não podemos concordar com a intolerância e o ódio que têm sido disseminados dentro das universidades. Na UERN as paredes evidenciam as ameaças aos professores que ocorrem também em salas de aula e em diversos espaços da Universidade. As indicações para que as aulas passem a serem filmadas não tem como justificativa a aprendizagem, mas sim a denúncia. A preocupação principal deixou de ser a qualidade do ensino para ser a perseguição aos professores por conteúdos ditos ideológicos. Qualquer formação, por mais técnica que parece contém ideologia, pode ser que você não concorde, mas o ensino não é e não pode jamais ser neutro. Portanto, a acusação de doutrinação ideológica visa tão somente adestrar pessoas com a ideologia “oficial” sem questionamentos, sem crítica e sem exigir elaboração e pensamento sobre as informações recebidas.
A ADUERN se coloca inteiramente à disposição dos professores e professoras que se sentirem ameaçados no seu exercício da docência. Vamos combater qualquer tipo de opressão, repressão e violência. A defesa da Constituição Federal e dos direitos dos trabalhadores não é retórica, mas a prova concreta da atuação desse sindicato que não foge à luta. A nossa voz não será silenciada, pois estaremos todos os dias vigilantes na defesa da nossa universidade e dos nossos direitos.
Direção da ADUERN
Sindicato é Pra Lutar!