“Abe is out”. Após pressão de todos os lados, enfim caiu Abraham Weintraub

Pouco mais de um ano, foi o tempo suficiente para que entidades estudantis e a sociedade civil como um todo considerassem a Gestão de Abraham Weintraub, a frente do MEC, como a pior da história do ministério.

Colecionando frases estapafúrdias, erros ortográficos em documentos oficiais e publicações particulares, incompetência na resolução de problemas simples da administração educacional do Brasil e principalmente, empreendendo uma jornada ideológica de desmonte da educação pública brasileira, o Ministro Abraham conquistou a antipatia de todas as entidades de representação estudantil e docente, da sociedade civil, do judiciário e imprensa e até mesmo de parlamentares sem nenhum histórico de afinidade com a pauta da educação.

Sua gestão teve início com o abrupto contingenciamento de 30% no orçamento das universidades federais, as quais ele chamou de “espaços de balbúrdia”. A decisão do Ministro fez eclodir em todo o país uma série de movimentos contra os cortes na educação e em defesa das universidades públicas.

A luta coletiva, que teve nos dias 15 e 30 de maio de 2019 suas datas mais marcantes, impediu o desmando proposto por Weintraub. A Aduern participou ativamente das duas datas em Mossoró e nas subsedes onde atua. As manifestações reuniram milhões de pessoas em todo o país e deram o tom de resistência à gestão do MEC.

30M em Mossoró

Os ataques promovidos por Abraham Weintraub continuaram no decorrer do último ano, mas a ação das entidades e a resposta da sociedade civil impediram que o Ministro tivesse sucesso em no seu compromisso com a destruição da Educação Pública, já tão atacada pelo governo atual.

Em seu ato de despedida, o agora ex-ministro reforçou mais uma das características de sua gestão: o racismo institucional e o ódio à inclusão e a pluralidade. O MEC revogou a portaria normativa nº 13, de maio de 2016, que determinava que as Universidades, Institutos Federais e Cefets promovessem políticas de cotas em programas de pós-graduação. A medida é reacionária e tem tudo a ver com o modus operandi do Governo Bolsonaro, que despreza a luta das classes trabalhadoras e da população negra.

No entendimento da ADUERN, é necessário e urgente combater a revogação da portaria. Assim, todas as entidades comprometidas com a defesa da educação e a luta antirracista devem se unir neste enfrentamento. Nos manteremos vigilantes, resistentes e em luta no combate aos ataques à Educação Pública.

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