Hoje, 11 de setembro de 2015, a Associação dos Docentes da Uern completa 35 anos, e é impossível falar de sua história sem ressaltar as inúmeras lutas protagonizadas pelo sindicato. Seu próprio surgimento é fruto destas batalhas.
Nesta mesma data, só que no longínquo ano de 1980, a partir de uma autoconvocação idealizada pelo Padre Sátiro Cavalcanti, nascia a Associação dos Docentes da FURN – ADFURN. Logo de cara, a instituição encampou uma dura greve pelo pagamento dos salários atrasados de professores e da garantia de direitos para a categoria.
“Lembro que já nos primeiros meses de criação da ADFURRN convocamos uma greve pelo pagamento dos salários atrasados dos professores e isso chamou muita atenção da sociedade, até porque greves ainda eram instrumentos ilegais. Na época, visitamos as rádios e a imprensa como um todo informamos que só voltaríamos ao trabalho com nossas remunerações em dia”, relembrou o primeiro presidente da ADUERN, Paulo Caetano Davi.
Em 1987, a ADUERN, que ainda se chamava ADFURN, esteve presente na linha de frente pela estadualização da universidade. Naquela época a instituição era municipal e seus estudantes pagavam para poder estudar. Com essa luta vieram vários ganhos para os docentes como a garantia do 13º salário, anuênio, além do início do processo de ampliação e democratização da universidade.
Depois vieram muitas outras conquistas forjadas nos enfrentamentos protagonizados pelo sindicato: Plano de Cargos e Salários, Defesa da Dedicação Exclusiva como Regime de Trabalho, reformulação do Estatuto da UERN, conquistas salariais e a valorização do professor aposentado através de criação de setor específico são só alguns dos exemplos dessas vitórias.
Em 2011, a UERN enfrentou uma das maiores greves de sua história, com duração de 106 dias, ou quase três meses e meio. Na oportunidade, a ADUERN capitaneou toda a comunidade acadêmica, em defesa do serviço prestado pela universidade e de seu caráter público gratuito e de qualidade. O sindicato não se omitiu e foi à rua combater o sucateamento imposto à instituição, lutando também por salários dignos para a categoria.
“A nossa greve foi uma das primeiras do Governo Rosalba Ciarlini. Lembro que a paralisação foi marcada pela falta de diálogo com a Governadora, que usava da Lei de Responsabilidade Fiscal para justificar a falta de acordo. Foi uma greve com confronto aberto entre o governo e os servidores, já que o Executivo partiu para o ataque público, desmerecendo a UERN e seus professores. Ao fim, fechamos um acordo que deveria ser efetivado a partir de 2012, mas que descumprido levou a outra greve de mais de dois meses”, afirmou Flaubert Torquato, presidente da ADUERN entre 2009 e 2013.
Agora, a Uern volta a viver um dos momentos mais críticos de sua existência, enfrentando a maior paralisação já registrada em uma universidade no RN, chegando a ingratos 110 dias de greve. ” Encerramos nossa gestão infelizmente enfrentando uma greve que permanece sem solução, e enfrentando também o habitual descaso do poder público com a educação. Temos a certeza de que quem virá enfrentará os desafios com disposição e coragem, e venceremos mais uma vez a falta de compromisso e respeito para com a Uern”, afirmou Valdomiro Morais, que se despede hoje da presidência da Aduern.
Nova diretoria da ADUERN toma posse amanhã buscando renovação de quadros nos próximos dois anos
Eleita no dia 23 de julho de 2015, a chapa “Valorizar e não precarizar o trabalho docente” será a responsável por administrar a ADUERN nos próximos dois anos e levar adiante as lutas que marcam a história desta instituição. A posse da nova diretoria será realizada conjuntamente com o aniversario da ADUERN, na noite de amanhã.
A renovação no quadro de diretores é a marca desta gestão, e metade de seus componentes nunca haviam participado de uma gestão do sindicato.
Tendo como presidente o Professor Lemuel Rodrigues, a nova gestão conta com os docentes Gautier Falconiere (Vice-presidente); Alcivan Nunes Vieira (Secretário); Patrícia Barra (Secretária-Adjunta); Alexsandro Donato (Tesoureiro); Josenildo Morais (Tesoureiro-adjunto); Alysson Mendes (Diretor de cultura, esporte e lazer); João Lima (Diretor-adjunto de cultura, esporte e lazer); Francisco Otília Neta (Diretora do setor de aposentados) e Raimundo Braz (Diretor-adjunto do setor de aposentados).
A nova diretoria falou um pouco acerca das diretrizes que serão tomadas nos próximos dois anos. De acordo com Lemuel Rodrigues, a grande tarefa será a de implementarr uma política de maior aproximação com a categoria, percebendo as dificuldades que ela enfrenta e encontrando saídas conjuntamente.
Os diretores reafirmaram a responsabilidade e o compromisso com os associados à ADUERN elencando prioridades alguns pontos cruciais para a gestão do sindicato, que permitirão maior interação e mais celeridade no contato com os sócios. Eles destacaram alguns desses pontos:
Greve: “Estamos conscientes da nossa tarefa de passar a comandar a ADUERN em meio a uma greve. Cabe à nova diretoria montar estratégias que possam dar um novo ânimo para a categoria enfrentar o descaso do governo”.
Assessorias: “Precisamos garantir aos sindicalizados maior proximidade com a realidade do sindicato e para isso precisamos melhorar os serviços de assessoria jurídica e de comunicação prestados pela ADUERN. Precisamos criar estratégias para que o sócio saiba, de maneira rápida, o que está acontecendo aqui, e para isso vamos aproximar a diretoria do trabalho prestado pelos assessores”.
Formação Sindical: “Achamos que é preciso que haja respeito ao sindicato, nossas bandeiras são pela ADUERN e em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade. Vamos trabalhar com a formação sindical, inclusive destacando alguns diretores que irão organizar formações e palestras nesse campo, até porque observamos a necessidade de contribuirmos no surgimento de novos quadros que irão participar do sindicato nas próximas gestões”.
Prestação de Serviços: Permaneceremos prestigiando nosso associado com uma série de serviços visando beneficiá-lo. Manteremos as atividades que já estão sendo oferecidas e pretendemos ampliá-las, o que vai garantir mais conforto e comodidade para o sindicalizado.
Área de Lazer: “Planejamos organizar as festas e novas atividades que podem ser realizadas em nossa área de lazer. Estudamos criar estratégias, como mudar o horário das festas, para que os sindicalizados possam aproveitar melhor o espaço do sindicato”.
A nova diretoria, que já começou a trabalhar, mostrou compromisso e empenho com a renovação dos quadros na ADUERN e formação de uma nova geração de professores e professoras que capitanearão as lutas em defesa da UERN e de suas principais bandeiras.
É com este espírito que os novos diretores assumem pelos próximos dois anos a responsabilidade de representar uma das categorias mais combativas do RN, enraizada nas lutas, a ADUERN já se prepara para um novo momento em sua história.