Dia do professor e da professora: muito pouco a comemorar na UERN

Hoje, 15 de outubro, é celebrado o dia dos professores e professoras em todo Brasil. Nesta data lembramos da nossa luta cotidiana em defesa da educação pública e, naturalmente, de um futuro melhor para o país.

Na UERN, infelizmente, teremos um 15 de outubro amargo e com muito pouco a comemorar.

Desde o início do ano lutamos por alterações urgentes no Plano de Cargos Carreiras e Remunerações (PCCR). Em setembro de 2021 já apontávamos que esse PCCR traria prejuízos aos docentes da UERN, inclusive quebrando a paridade entre professores inativos e ativos. Na contramão disso, a administração da universidade defendeu que precisávamos aprovar o documento a qualquer custo.

Infelizmente tudo o que prevíamos aconteceu e o enquadramento do PCCR causou um verdadeiro caos na categoria. Parte significativa dos professores e professoras da UERN não recebeu qualquer aditivo em seus vencimentos, alguns, inclusive, passaram a receber um complemento salarial para que não houvesse perdas ainda maiores. Boa parte dos aposentados e aposentadas amargou um rebaixamento em suas carreiras, sem qualquer possibilidade de avanço no futuro.

A situação dos nossos salários também é revoltante! Em 2023 completam 10 anos que não recebemos um único centavo de reajuste e nossa condição de vida se encontra cada vez mais precarizada. Nossa categoria aprovou em assembleia reivindicação de 15, 20 e 30,4% de aumento, respectivamente para 2023, 2024 e 2025. A reitoria, por sua vez, informou que não poderá oferecer praticamente nada, mantendo a política de arrocho salarial que vinha sendo tocada pelos diferentes governos e reitores, no passado.

Estivemos em algumas “mesas de negociação” com a equipe da Reitoria, que na verdade se resumiram a um grande monólogo, onde só a administração falava e nada do que apresentávamos era considerado justo ou exequível. “Não temos como dar nada”, “Excede nossa capacidade financeira” “5% é nosso limite” foram apenas algumas das frases ditas pelos colegas da Gestão.

Diante de tudo isso, reafirmamos: Se a UERN não se abrir a um diálogo com a categoria, iremos paralisar as atividades e ir à luta. Vemos diariamente a apreensão de nossos colegas, preocupados com os equívocos do PCCR, com a falta de reajuste salarial, a retirada de direitos, a precarização nas condições de trabalho, a quebra da paridade entre docentes da ativa, aposentados e contratados e é preciso lembrar que não aceitaremos essa condição de braços cruzados.

Não lutamos pela aprovação de um PCCR para ver a criação de castas dentro da universidade, nem pela autonomia financeira para continuar a sofrer o que já sofríamos com os Governos. Não aceitaremos que a Gestão da universidade apequene a UERN, buscando caber apenas um grupo de privilegiados.  Todas as nossas conquistas foram fruto das nossas lutas, de nossas greves e mobilizações e, neste 15 de outubro, é preciso dizer enfaticamente: Se a reitoria não negociar, a UERN vai parar!

Diretoria da ADUERN

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