Estudantes ocupam reitoria e Campus de Assú na luta contra a privatização e sucateamento da UERN

 

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A luta contra a privatização e o desmantelamento da UERN ganhou um novo gás nos últimos dias. As ocupações encabeçadas pelo Movimento Estudantil na Reitoria da universidade e no Campus Avançado Walter de Sá Leitão (CAWSL) em Assú, mostraram que há muita disposição para defender a instituição e o ensino publico gratuito  e de qualidade.

Em Mossoró dezenas de estudantes ocuparam as instalações da Reitoria na manhã da quinta-feira (10) e amadureceram uma pauta de reivindicações que foi entregue à administração central e esta sendo negociada com o reitor Pedro Fernandes e sua equipe, que já participou de duas plenárias com os estudantes.

Dentre as reivindicações, destacam-se o pagamento das bolsas em dia, que segundo a administração começará a ser feito hoje (16), o conserto e substituição de equipamentos danificados no campus que também já deve começar a ser realizado nesta semana e ampliação da política de assistência estudantil, que ainda depende de recursos do Governo Estadual e Federal.

Outro ponto de destaque foi a garantia de posição oficial da Reitoria defendendo a implantação do modelo de voto paritário na instituição, antiga luta do movimento docente e estudantil na universidade. Hoje a UERN  utiliza o modelo de voto proporcional, onde professores/as representam 70% de peso na votação e alunos e técnicos representam 15% cada, com a paridade, cada segmento equivaleria a aproximadamente 33,33%.

O presidente do Diretório Central dos/as Estudantes, Tasso Alves, que participa da ocupação à Reitoria, destacou o avanço nas negociações e a conquista de algumas das reivindicações apresentadas pelo movimento. Ele lembrou que já foram realizadas duas conversas com o Reitor e que pautas antigas dos/as alunos/as da UERN já começaram a ser atendidas.

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“Eu avalio que a conversa com o Reitor foi boa, conseguimos avançar e garantir prazo para a resolução de algumas das nossas pautas. Já temos data para o pagamento das bolsas atrasas, para o conserto de central de ar quebrada há mais de dois anos, para compra de equipamentos que estavam danificados. Agora resta ao movimento estudantil fortalecer a ocupação e pressionar para que as demais reivindicações sejam atendidas”, destacou Tasso ressaltando que o movimento entregou um conjunto de 16 exigências à administração.

Na manhã de hoje uma representação dos estudantes, da administração central e do Governo do Estado se reúne para discutir os pontos de pauta, em especial os que tangem ao envio de verba para  custeio e investimento na universidade e que são de responsabilidade do executivo estadual. 

A mobilização em Assú também tem sido vitoriosa. Os/as estudantes da unidade ocuparam o prédio da instituição também no dia 10 de Novembro, só que no período da noite. Desde então, foram realizadas uma série de rodas de conversa, atividades artísticas e culturais e principalmente políticas. Com a presença de professores e professoras, dirigentes sindicais e membros da sociedade, o espaço teve o respaldo de toda a população do município.

Em carta enviada na manhã do dia 14 à Reitoria da universidade, os/as estudantes apresentaram 10 pontos de reivindicação, com destaque para o depósito integral em conta corrente dos/as trabalhadores/as dos valores devidos, referentes aos quase cinco meses de salários atrasados dos vigilantes e a construção de restaurante universitário para atender os/as estudantes de Assú.

Dois pontos foram endereçados diretamente ao Governador do Estado Robinson Faria: garantia de verba emergencial para sanar a crise financeira da UERN e compromisso formal e legal do Governo em não abrir qualquer processo que possa culminar com a privatização da UERN.

Utilizando de arte e música os estudantes de Assú conseguiram mobilizar a comunidade acadêmica e toda a sociedade assuense.  “Usamos da arte, teatro e música para potencializar nossa pauta de reivindicações e falar de política. Queremos que a Reitoria e o Governo do RN assumam a responsabilidade pela manutenção dessa universidade e impeçam o processo de privatização desta instituição, que é tão importante na vida do povo potiguar”, afirmaram estudantes do CAWSL.

Na carta enviada à administração , os/as estudantes solicitam que o Reitor assuma seu papel na defesa da universidade e busque uma solução imediata, junto ao Governo, para a crise vivenciada pela UERN. “(…) compreendemos também que enquanto Reitor é seu papel usar de seu capital político e do seu lugar social para garantir que o governo do Estado do Rio Grande do Norte assuma aquilo que lhe compete na pauta ora apresentada”, destaca o documento que deve ser respondido nas próximas horas, de acordo com informações da administração central.

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Os/as estudantes se encontram com o Reitor hoje às 15h para apresentar e negociar os pontos de reivindicação do movimento. 

Pau dos Ferros – Em Pau dos Ferros, os/as estudantes do Campus Avançado Maria Elisa de Albuquerque Maia (CAMEAM), realizaram uma grande assembleia estudantil no dia 1 de novembro e também ocuparam as instalações da unidade, protestando contra o sucateamento da UERN e o pacote de medidas federais que desmantelam a universidade pública como um todo.

Os/as discentes cobraram a limpeza imediata de todo o campus e garantia do pagamento das bolsas atrasadas para que a ocupação fosse suspensa. Além destes pontos, o documento com as reivindicações dos/as estudantes ainda contou com outras 19 exigências, endereçadas tanto ao Governo do Estado como à administração da UERN.

Após contato com a Reitoria, que se comprometeu em atendendo imediatamente algumas das pautas, dando prazo para as demais. O acordo entre administração e movimento estudantil garantiu o encerramento da ocupação no dia 8 de novembro, porém até o dia 11 foi realizada uma programação política e cultural na instituição, com retomada das aulas somente na segunda-feira (14).

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