A Faculdade de educação da UERN realizou no decorrer desta semana o VI Simpósio de Pós-graduação em Educação – SIMPOSEDUC e V Semana de Arte e Educação (SEMANARTE). Na oportunidade um grupo de professoras disponibilizou um ‘espaço criança’ para os participantes do evento.
O espaço teve como objetivo permitir que as mães e pais, estudantes e trabalhadores, pudessem participar do Simpósio enquanto seus filhos e filhas desenvolviam atividades lúdicas em local confortável e seguro. A iniciativa também permitiu que estudantes do curso de pedagogia participassem como voluntárias do Espaço Criança, garantindo assim aprendizado e prática profissional.
A professora Iasmin Marinho, uma das coordenadoras do Espaço Criança destacou que a ideia do projeto surgiu de uma pesquisa de conclusão de curso, realizada por uma aluna que foi orientada pela docente. As reflexões causadas por este trabalho foram importantes para a consolidação do Espaço Criança. Para Iasmin o espaço é o resultado de uma luta acadêmica, mas também política, em defesa de uma universidade mais acessível, democrática e plural.
“Quando a aluna Tassia Camila, hoje egressa do curso de pedagogia e também umas das organizadoras do Espaço Criança, realizou uma pesquisa sobre os impactos de um local como esse dentro das universidades, pudemos perceber a urgência de que isso fosse efetivado enquanto política institucional. Nesta Semanarte tivemos a oportunidade de comprovar tudo isso e ver que o Espaço Criança garantiu que pais e mães tivessem acesso, permanecia e qualidade na participação do evento” avaliou Iasmin
A docente destacou que ao longo dos quatro dias de simpósio, o Espaço Criança dispôs de um grupo de 20 monitores, todos estudantes do curso de pedagogia, e atendeu crianças entre 02 a 12 anos, filhos de participantes do evento (professores, técnicos, estudantes e comunidade externa à UERN).
“Nossa intenção é que o Espaço Criança deixe de ser um momento, algo esporádico, e se torne permanente. Ele atende, em multiplicidade, as perspectivas teóricas que são discutidas em sala de aula, portanto é um espaço que amplia a formação dos estudantes e também o aprendizado das crianças. Devemos lutar para que essa proposta se torne fixa na universidade e que possamos, no futuro, atender a mais mães e pais trabalhadoras e estudantes da UERN e também da comunidade externa”, concluiu Iasmin Marinho.
A professora Celiane Oliveira, que também participou da coordenação do Espaço Criança, destacou que a iniciativa permitiu a vivência de múltiplas experiências, troca de conhecimento e que no espaço foram garantidos diferentes e significativos diálogos entre as crianças, pais e mães e monitores.
“Para além de um espaço físico, o Espaço Criança é um local formativo, de diálogo, de encontros e principalmente de acolhimento para as famílias. Esta foi uma primeira iniciativa, mas quem sabe, futuramente, esse espaço possa realmente ser permanente na nossa universidade, garantindo que as mães mulheres trabalhadoras tenham direito ao acesso, mas também à permanência no ensino superior e garantido também que as crianças experimentem algumas vivências significativas no espaço da universidade”, comentou Celiane.
Pais, mães e monitores aprovaram a criação do Espaço Criança
O Espaço Criança foi muito bem recebido por pais, mães e monitores. Por um lado, pela primeira vez pais e mães puderem aproveitar o evento em sua totalidade, com a tranquilidade de que seus filhos estavam em um espaço totalmente adequado para o aprendizado e diversão, por outro lado, o grupo de monitores que atuou no Espaço Criança pôde somar conhecimentos e vivências em sua formação profissional e acadêmica.
A estudante Aída, mãe de Lois Yasmine, de seis anos, comemorou a iniciativa e destacou que sem o “Espaço Criança” não poderia ter participado de todas as atividades do evento.
Esse espaço foi vital, foi essencial. Eu não tinha com quem deixar Lois e certamente ia acabar me ausentando de algumas das atividades do evento. Quando eu soube que ia haver esse espaço fiquei super feliz de imediato. Eu fiz inscrição de Lois para participar do Espaço todos os dias e foi maravilhoso. A incitativa foi acolhedora, muito didática, tranquila, foi perfeita”, destacou Aída.
A estudante Maria Eduarda, que cursa o sexto período do curso de Pedagogia e que participou do Espaço Criança como monitora comemorou a oportunidade de construir o ambiente. Ela destacou a importância do modelo de ensino que foi aplicado no espaço e os ganhos dessa experiência para os alunos monitores e para as crianças.
“Vivenciar essa experiência foi simplesmente incrível. Eu já tinha tido contato com a educação infantil, mas não nesse modelo, ensinando através das brincadeiras, interações, do lúdico e da própria espontaneidade da criança. Sinto-me muito honrada em ter participado desse projeto, eu acredito que espaços como esse servem como uma construção mútua de saberes. A gente não estava ali para aplicar nenhuma fórmula secreta, e sim para aprendemos uns com os outros”, avaliou Maria Eduarda.
Buscando o mesmo propósito de inclusão e democratização dos espaços, A ADUERN inaugurou, em setembro deste ano, um ‘Espaço criança’ no sindicato. Sua construção partiu de uma avaliação nacional, em conjunto com o Andes-SN, de que todos os ambientes sindicais devem ter uma área para que sindicalizados pais e mães deixem seus filhos e filhas, ampliando a discussão sobre a garantia da participação de pais e especialmente mães trabalhadoras nas decisões sindicais e na vida militante
Fotos gentilmente cedidas por Celiane Oliveira