O movimento grevista de docentes, técnicos e estudantes da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) realizou uma grande mobilização social nas ruas de Pau dos Ferros, no alto oeste potiguar. A comunidade acadêmica caminhou pelas ruas da cidade e recebeu o apoio de populares, que acompanhavam a manifestação.
Os grevistas seguiram até a Câmara Municipal de Pau dos Ferros (CMPDF), onde foi realizada uma audiência pública que discutiu a paralisação na Uern, e que contou com a participação de vereadores da cidade, membros da administração da universidade , autoridades políticas da região e populares.
Na oportunidade, servidores e estudantes realizaram várias falas ressaltando a importância da Uern para o RN e condenando o contingenciamento de verbas, que impede que universidade supra as suas demandas estruturais e dê condições dignas de trabalho e ensino para seus funcionários e discentes.
O professor Valdomiro Morais, presidente da Associação dos Docentes da Uern (Aduern), destacou em sua fala a relevância da instituição na vida e história de milhares de famílias do interior potiguar. “É esta universidade que permite que o filho da trabalhadora, a filha do trabalhador, entre em um curso de medicina, de direito e mude radicalmente sua trajetória. É esta universidade que forma todos os anos os professores que preenchem nossas escolas de ensino básico e ensino médio. Esta universidade precisa ser respeitada”, afirmou.
O estudante Alberto Assis Magalhães deu um depoimento que emocionou a comunidade acadêmica, ressaltando a importância da universidade em sua vida e mostrando como a total falta de condições influencia negativamente em sua permanência na instituição.
“Se não melhorar a situação, terei de trancar o curso, vou abandonar a faculdade. Eu gostaria que fossem repensadas estratégias para a manutenção dos estudantes na Uern. Tenho um colega que vende cheiro-verde na feira para poder bancar sua alimentação e estadia em Pau dos Ferros, precisamos urgentemente de uma política de apoio estudantil que possa nos manter aqui”, afirmou o estudante.