Assistimos com enorme espanto e preocupação ao pronunciamento do Presidente da República, o Senhor Jair Bolsonaro que entre outras coisas, questionou a política de isolamento social preconizada pelo próprio Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde.
Dada a falta de uma vacina o isolamento social tem se mostrado como a medida mais eficaz para reduzir da transmissão do COVID-19, adotado não apenas no Brasil, mas em diversos países do mundo. Dados epidemiológicos têm revelado que o Sars-Cov-2 tem uma taxa de letalidade de 1 a 3%, e se tratando de um vírus recente em humanos e com elevado poder de transmissão, o acometimento de um grande número de pessoas num curto intervalo de tempo tem potencial de sobrecarregar qualquer sistema de saúde, podendo causar perdas de vidas, um prejuízo que não se pode estimar.
Para se ter uma ideia em números, se o vírus atingir 50% dos brasileiros (mas deve acometer um número superior), serão 100 milhões de infectados, dos quais 80% deverão ser assintomáticos, mas cerca de 5 milhões ficarão em estado grave, necessitando de atendimentos especiais, e cerca de 2 milhões poderão ir a óbito nos próximos meses. Isso é particularmente preocupante para nós brasileiros em razão da falta de investimento na saúde, aprofundada pela política de congelamento dos investimentos nos serviços públicos e desmonte do SUS.
A luta pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras é ampla e integral. E obrigatoriamente passa pelos cuidados com a saúde implicando em lutas por ações de promoção da saúde e prevenção de doenças. Por isso ADUERN manifesta total apoio as ações que foram preconizadas no interior da UERN e na sociedade com o objetivo de reduzir os impactos da COVID-19. Também adaptamos a nossa rotina de trabalho, nos dispomos a divulgar orientações e estamos acompanhando as informações sobre o estado de saúde dos nossos docentes e seus familiares.
Assim sendo, conclamamos todos os nossos docentes e a sociedade potiguar a permanecem com as medidas de proteção individual e coletiva, mas sobretudo combater a ignorância com o conhecimento.
É hora de solidariedade entre os trabalhadores e as trabalhadoras e de cuidados com a saúde, para que possamos permanecer vivos e atuante na luta pelos nossos direitos, pelo fortalecimento do SUS, pela educação, pelas universidades públicas e pela produção do conhecimento.
A diretoria
Mossoró, 25 de março de 2020