No dia 23 de abril de 2020, o CNPq, órgão de fomento à pesquisa no Brasil, abriu chamada para bolsas de iniciação científica. O Governo Bolsonaro, porém, deixou de fora da chamada o que considera áreas não prioritárias: humanidades e ciências sociais, que só serão contempladas, se em trabalho transversal com as áreas prioritárias escolhidas pelo governo – as que denomina tecnológicas.
Criar um descompasso entre o investimento em áreas ditas de desenvolvimento tecnológico e as humanidades demonstra o horizonte limitado e medíocre do atual governo. A forma como tem enfrentado a pandemia no Brasil é reveladora disso: como se não bastasse o próprio Presidente desdenhar da ciência, seu governo demonstra um sério déficit em humanidades, ao induzir, por exemplo, a sociedade à falsas polarizações como a vida ou a economia; ao não desenvolvimento de políticas públicas de proteção e assistência às populações mais vulneráveis neste momento ou ao completo despreparo no enfrentamento das consequências da pandemia, coisas que áreas como a filosofia, a sociologia e a geografia e a história, respectivamente, por exemplo, poderiam lhe ensinar.
A comunidade científica, porém, não hesitará em combater esse descalabro. A ADUERN continuará sempre em luta por uma formação que nos ensine a pensar, a refletir e a construir um mundo mais justo e igualitário.