A ADUERN – Associação dos Docentes da UERN – vem, através desta nota, repudiar as ações de violência e perseguição política aos estudantes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que em outubro de 2015 ocuparam a Reitoria da instituição, reivindicando a implementação do estatuto discutido e aprovado pela comunidade acadêmica.
A estatuinte referendada determinou a paridade na universidade, com 33% de representação para cada segmento, diferente dos atuais 70% para docentes, 15% para técnicos administrativos e 15% para os estudantes. O Conselho Universitário (Consuni), porém, não ratificou a decisão democrática, o que ocasionou a ocupação.
Desde então, os discentes que participaram da manifestação vêm sendo vítimas de acusações, perseguição política e criminalização por parte da administração universitária, que mantém processos judiciais contra os estudantes.
Acreditamos que qualquer forma de reprimir e/ou cercear os diretos e a liberdade política é inaceitável, e isso se agrava quando falamos do contexto de uma universidade repleta de cientistas, pesquisadores e pensadores que tem como objetivo construir um novo mundo, a partir do conhecimento e da quebra de antigos paradigmas.
Defendemos o imediato arquivamento dos processos judiciais, assim como a implementação da estatuinte debatida e aprovada na UFPE. Solidarizamo-nos com os estudantes e todas as outras vítimas da perseguição política na instituição. Sabemos que o fantasma da repressão e violência ainda paira sob as universidades e somente com mobilização coletiva poderemos impedir decisões arbitrárias, como as tomadas pela Reitoria da federal pernambucana.
A luta por uma educação pública, gratuita, laica e de qualidade não será calada, nem com processos judiciais nem com grilhões. Estaremos juntos e cada vez mais fortes na defesa de universidades autônomas e livres, que respeitem e representem os anseios e decisões populares.
A Diretoria
Foto: Clarissa Siqueira/Arquivo Rádio Jornal