Em um momento de debates intensos e propostas por melhorias, a assembleia ato, realizada na manhã desta terça, trouxe a fala de alunos, professores, coordenadores, reitores e da Diretoria da ADUERN. A campanha salarial, as reivindicações estudantis e a precarização salarial dos docentes foram os temas abordados em todos os discursos.
A mobilização é fruto de um crescente descontentamento com a precarização das condições de trabalho e estudo na universidade, afetando tanto a qualidade do ensino quanto a dignidade dos profissionais que ali atuam. A importância dessa luta se destaca em um cenário onde a educação superior pública enfrenta constantes desafios, como cortes orçamentários e falta de investimentos.
Os docentes e estudantes da UERN, ao se unirem em um ato público, demonstram a força e a determinação da comunidade acadêmica em buscar melhorias que impactam diretamente a qualidade do ensino e a valorização dos profissionais envolvidos.
O presidente da ADUERN, professor Jefferson Garrido, abriu a assembleia informando que na manhã de ontem (1) a direção do sindicato e a Reitoria participaram de uma audiência na Secretaria de Administração do Estado para debater a situação salarial dos docentes da UERN. Jeffersou apresentou um documento redigido pelo Governo (Ofício – SEAD nº 5553/2024/SEAD – GABINETE/SEAD – SECRETÁRIO-SEAD) com as diretrizes para construção de uma política salarial para servidores da UERN. O ofício da SEAD apresenta a situação orçamentária do estado as condições para a efetivação de uma política de reposição salarial para as categorias do RN.
Confira o ofício
Cecília Maia, reitora da UERN, se manifestou a respeito da pauta de reivindicações apresentada no ato: “(…) Como egressa, eu participo diuturnamente e com entusiasmo, para que eu possa estar na cadeira de reitora e entender os nossos limites e, mais do que isso, entender as nossas possibilidades (…) É importante que fique registrado também em que momento estamos enquanto educação. Entendo que estamos em um momento para avançar do ponto de vista do governo federal, estadual e nós já tivemos – não falácias – mas gestos concretos do governo para com a nossa universidade”.
A Coordenadora Geral do DCE, Carol Sorriso, rebateu as falas da reitora. Ela pontuou a ausência de um restaurante universitário, a problemática da estrutura de salas de aula em outros campi e a defasagem na grade de docentes em diversos cursos, como principais exemplos da carência de investimentos da Reitoria na universidade.
“(…) É preciso que a gente tenha total acesso a nossa universidade com transporte, que a gente tenha uma alimentação digna, e mais importante, tenha mais professores na nossa grade curricular, e que eles não sejam contratados ou voluntários, que sejam servidores efetivos (…) Os estudantes de diversos campi estão aqui para dizer que existe movimento estudantil na UERN e que não fugimos da luta! Que o DCE está disposto a enfrentar toda e qualquer pessoa para defender a nossa UERN e pra dizer que a UERN pede socorro!”, finalizou Carol.
O debate contou com a participação de diversos membros do movimento docente e discente, que destacaram em suas falas a necessidade de reorganizar um polo de lutas dentro da universidade que se contraponha à retirada de direitos e o avanço de políticas que precarizem o trabalho docente, como o advento do “trabalho voluntário”.
“O ato público de hoje representou um marco significativo na luta pela educação pública de qualidade, destacando a importância da união e da resistência frente aos desafios impostos. A comunidade acadêmica da UERN, ao se mobilizar de forma organizada e determinada, envia uma mensagem clara: a educação é um direito fundamental que deve ser defendido e valorizado”, finalizou Jefferson Garrido.
AUDIÊNCIA – Em paralelo ao ato, aconteceu uma audiência entre a Comissão de Campanha Salarial, a Comissão de Mobilização e a equipe da Reitoria da UERN. O encontro teve como objetivo apresentar o conjunto de propostas construídas pela Comissão de Campanha Salarial, para a recuperação dos vencimentos docentes.
A Reitoria se comprometeu a dar uma resposta oficial ao documento em até 10 dias.
Confira o comunicado