Terceirizados da UERN têm sobrevivido com doações e comunidade acadêmica se mobiliza para ajudar

Conforme apurou a reportagem da ADUERN, publicada na manhã de ontem (13) a situação dos trabalhadores terceirizados da universidade é caótica (veja mais AQUI). Com três meses de salários atrasados, os servidores e servidoras têm sobrevivido graças a doações e solidariedade de colegas e familiares.

Certamente tais ações são insuficientes para garantir a sobrevivência dos mais de 50 trabalhadores e trabalhadoras que prestam serviço a UERN e somente o pagamento dos salários atrasados poderá garantir alguma estabilidade durante o período de pandemia, mas, diante da situação extrema, faculdades e departamentos iniciaram mobilizações entre docentes e técnicos para ajudar os contratados.

Rivânia Moura, docente da Faculdade de Serviço Social (FASSO), conta que o apoio financeiro aos terceirizados já era realizado antes mesmo do início da pandemia e que a Faculdade sempre se manifestou publicamente em defesa da categoria.

“Sempre defendemos a posição política de que os salários devem ser pagos em dia, algumas vezes nos integramos às manifestações realizadas pelos terceirizados, reivindicando seus direitos. Agora, durante a pandemia realizamos uma cota entre docentes e técnicos e depositamos na conta dos contratados que trabalham na Fasso”, conta Rivania.

A professora Isaura Soeiro, da Faculdade de Educação Física (FAEF) também narra que o apoio aos terceirizados é anterior ao período de pandemia, já que não é a primeira vez que os contratados convivem com atrasos salariais. Segundo ela, durante o período de isolamento social a preocupação com a condição de vida dos colegas ficou ainda maior.

“Esta campanha foi idealizada pelo diretor da faculdade, professor Humberto Medeiros, e acolhida por todos os seus membros, que sempre se articulam para garantir as doações. Este mês arrecadamos R$ 840,00 que foram rateados entre os três terceirizados de nosso departamento”, comenta Isaura.

Em Assú, um grupo de técnico-administrativos realizou uma campanha semelhante para ajudar os contratados do campus. A ação foi considerada um sucesso e arrecadou cerca de R$ 3 mil, que foram divididos entre os seis ASG’s da unidade. Também foi realizada a doação de várias cestas básicas aos trabalhadores e trabalhadoras.  

A presidenta da ADUERN, Patrícia Barra destacou que o apoio do sindicato aos terceirizados é antigo e que a entidade nunca silenciou sobre os constantes atrasos salariais e desrespeito aos direitos trabalhistas. Ela comentou:

“A situação dos terceirizados da UERN não é novidade para ninguém. Há pouco tempo também estávamos com três meses de salários atrasados, hoje ainda temos duas folhas a receber. No entanto, embora a gente compreenda a angústia dos salários atrasados, não podemos comparar nossa situação com a dos terceirizados, pois estes, na maioria, nem acesso a crédito têm. São eles ainda mais penalizados pela precarização do trabalho e descaso com o qual são tratados. Assim, antes de tudo, temos solidariedade e empatia com nossos colegas neste momento difícil. Não podemos dormir tranquilos, sabendo que ao nosso lado existem pais e mães de família passando necessidades”, afirmou a presidenta.

No último mês a ADUERN encabeçou uma ação solidária que arrecadou mais de meia tonelada de alimentos (VEJA MAIS AQUI). Parte destas doações foi destinada aos terceirizados da UERN. A conta disponibilizada pela ADUERN para doações aos servidores continua ativa e os depósitos e transferências serão convertidos em novas doações  aos contratados.  Confira ao os dados bancários.

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