Infelizmente não é novidade para ninguém que a situação dos trabalhadores e trabalhadoras terceirizadas da UERN é precária. Com constantes atrasos salariais e sem nenhuma estabilidade profissional os servidores, por várias vezes até precisam paralisar as atividades e protestar para consegui receber seus vencimentos (saiba mais sobre isso AQUI, AQUI e AQUI).
Neste mês a situação ganhou mais um triste capítulo. De acordo com a representante da categoria, Aldeiza Souza, os nove colaboradores que atuam no serviço de capinagem do Campus Central estão há dois meses sem receber salários (isso sem incluir o mês de agosto, que praticamente já terminou), além de dois meses sem vale-transporte e sem vale alimentação.
A representante sindical comenta que procurou a empresa Tróia, responsável pelo contrato dos terceirizados, reivindicando os pagamentos e a empresa respondeu que a último pagamento recebido pela UERN foi referente ao mês de Janeiro de 2020.
Procurada pelo Portal da ADUERN, a Reitoria, através de sua assessoria de comunicação, se pronunciou acerca da das informações concedidas pela Tróia. A administração da Universidade afirmou:
“A empresa Troia Serviços não possui fatura apta para pagamento no momento. A última fatura apresentada, foi do mês de fevereiro, e foi quitada. Os funcionários estão com dois meses em atraso de salários, junho e julho. A UERN notificou a empresa e o contrato está em trâmite de rescisão, em razão dos reiterados atrasos de pagamento dos funcionários”, pontuou a Reitoria.
O representante da empresa Tróia, Marcelo Freire, rebateu com indignação as informações concedidas pela universidade. De acordo com ele, o último mês recebido pela empresa foi o de janeiro e as faturas referentes a fevereiro, março, abril e maio já foram entregues à instituição, que até o momento não quitou a dívida.
“A gente tenta ao máximo honrar nossos compromissos com os funcionários, pois sabemos que eles são os que mais precisam receber seus salários. Durante esta pandemia fizemos de tudo para não atrasar, mas estamos desde janeiro sem receber da UERN e assim fica impossível manter tudo em ordem”, afirma.
Marcelo explica que a relação com a UERN sempre foi marcada pelos atrasos nos repasses e que a empresa cogitou várias vezes em não renovar com a universidade, mas foi convencida a partir de promessas de que os atrasos não aconteceriam mais.
“Foi prometido que não haveria mais atrasos nos repasses, mas bastou o aditivo contratual ser assinado que a situação continuou. Não temos o que esconder, a empresa Troia cobra a UERN semanalmente, temos os e-mails com protocolos de cobrança, e até a resposta sobre previsão de pagamento é difícil de conseguir” reclama o representante.
Aldeiza Souza criticou a postura da empresa e da UERN, na opinião da sindicalista o “jogo de empurra-empurra” de quem é a responsabilidade só prejudica os terceirizados, que continuam exercendo seu trabalho mesmo sem receber os salários.
“Eu acho tudo isso uma falta de responsabilidade, de humanidade, pela parte da UERN e da empresa também. Enquanto não se resolvem, o trabalhador fica nessa situação. Estamos no meio de uma pandemia e essas pessoas não têm o básico, para comprar alimento, materiais de higiene pessoal. São apenas nove servidores e ninguém da uma resposta. É uma vergonha!” avalia Aldeiza.
A Aduern reitera sua posição de defesa incondicional de todos os trabalhadores e trabalhadoras da UERN, independente do segmento a qual pertencem. É urgente que os terceirizados recebam seus salários e todos os seus direitos pendentes. Situações como as vividas pelos servidores e servidoras da capinagem da UERN relembram, todos os dias, os danos causados pela experiência da terceirização e reforçam a necessidade da luta contra a consumação destes processos e reversão daqueles que já foram realizados.